The Red Eyes -1º Capítulo- O Começo (continuação)
Afonso e Rosa estavam a observar a montra de uma loja enquanto meia dúzia de seguranças se escondia ali perto para os vigiar e “proteger”. De repente, Rosa atira o seu telemóvel para longe e grita:
- AJUDEM-ME!!! VÃO ROUBAR-ME O TELEMÓVEL!!!
Os seguranças, outrora escondidos, correram na direcção do telemóvel, enquanto os irmãos, antecipadamente combinados, correram na direcção oposta.
Dirigiram-se para uma paragem de serviço e entraram de rompante. Mas por puro azar, ou por obra do destino, esta estava a ser assaltada. Os ladrões centraram a sua atenção nos gémeos, e estes perceberam que essa era a deixa para se deitarem no chão tal como as restantes 15 pessoas que encontravam no interior. Nessas 15 pessoas incluíam-se também Mateus, Joana, Miguel e Sofia, que nessa altura já se conheciam e já tinham conhecimento do seu potencial, logo, dos seus poderes!
Os gémeos também já os tinham, mas ainda não sabiam, mas aquele encontro iria revelá-los. Aquilo não estava nos seus planos de fuga, mas estava, repito, nos seus destinos...
Enquanto um dos ladrões guardava o dinheiro num saco, Afonso reparou que os quatro jovens trocavam sinais e chama a atenção à irmã. Mas quando se vira para ela, ambos soltam um grito e, já sentados, ficam especados a olhar um para o outro. E é nesse momento, e aproveitando o facto de o assaltante estar distraído, que Sofia, a rapariga mais velha, salta para cima de um dos ladrões enquanto uma cauda, orelhas e até bigodes de gato começam a brotar dela mesma.
Os gémeos soltaram um grito, pois ao olharem um para o outro repararam em algo diferente nos seus olhos. A íris dos seus olhos direitos encontrava-se vermelha como o sangue. Os dois repararam também que aqueles quatro jovens que lotavam contra os quatro assaltante também tinham os olhos assim. Mas apenas eles e mais ninguém. As pessoas, assustadas com a metamorfose que a rapariga sofrera correram para a porta mas depressa se voltaram a sentar petrificadas. Também os dois irmãos deixaram de se conseguir mexer. Finalmente, os assaltantes fogem para longe dali, mais desfeitos que outra coisa.
- Já está, Sofia?- perguntava Mateus enquanto esta voltava à forma humana.
- Já. Agora a paga a memórias desses todos. Nos ladrões ninguém vai acreditar.
- O.k., o.k... –e dito isto, ia-se aproximando das pessoas, uma por uma. Quando chegava perto de uma fechava os olhos e franzia as sobrancelhas. Depois estas saiam calmamente da paragem de serviço, como se nada tivesse acontecido.
Como os gémeos estavam mais perto da porta, ficaram para último. Quando Mateus se chegou perto deles, estes recuperaram os movimentos. Depois Mateus procede da mesma maneira que fez com as outras pessoas mas nada acontece. Chama os outros e passado uns instantes, Joana quebra o silêncio:
- Pensava que éramos só quatro.
- Estão a usar lentes de contacto?- pergunta Joana agachando-se, para ficar ao nível dos gémeos.
- N...nã...nã...não... –responde Afonso assustado, chegando-se para mais perto da irmã.
- Já alguma vez tiveram os olhos assim? –dispara Joana novamente.
- Não, mas se vocês também os têm, podem dizer-nos porque os temos! –responde Rosa.
- Sim, mas aqui não. Vamos para o quartel. –ordena Mateus.